sexta-feira, 27 de outubro de 2017

IDADE MÉDIA UMBERTO ECO

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1- O que a Idade Média não é? Explique. Pág,04? Não é um século, como o século XVI ou o século XVII, nem
um período bem definido e com características reconhecíveis como o Renascimento, o
Barroco ou o Romantismo. É uma sucessão de séculos assim chamada pelo humanista Flavio
Biondo, que viveu no século XV. Como todos os humanistas, Biondo preconizava um regresso
à cultura da Antiguidade Clássica e, por assim dizer, colocava entre parêntesis os séculos (em
que ele via uma época de decadência) que decorreram entre a queda do Império Romano
(476) e o seu tempo – embora o destino haja decidido que, afinal, Flavio Biondo pertencesse
também à Idade Média, por ter morrido em 1463 e se ter convencionalmente fixado o fim da
Idade Média no ano de 1492, o ano do descobrimento da América e da expulsão dos mouros
de Espanha.

2- A Idade Média não é um período exclusivo da civilização
europeia? Explique. Pág. 05  Ao mesmo tempo que
a Idade Média ocidental, ocorre a do império do Oriente, que continua viva nos esplendores
de Bizâncio durante mil anos depois da queda de Roma.Nestes mesmos séculos floresce uma
grande civilização árabe enquanto na Europa circula mais ou menos clandestinamente, mas
vivíssima, uma cultura hebraica. As fronteiras que dividem estas diversas tradições culturais
não são tão nítidas como hoje se pensa (quando predomina a imagem do conflito entre
muçulmanos e cristãos no decurso das Cruzadas).

3- Os séculos medievais não são a Idade das Trevas?
Explique.pág.6 Se com esta expressão se pretende aludir a séculos de decadência física e cultural agitados
por terrores sem fim, fanatismo, intolerância, pestilências, fomes e carnificinas, este modelo
poderá ser aplicado, em parte, aos séculos que decorrem da queda do Império Romano até ao
novo milénio ou, pelo menos, ao renascimento carolíngio. Mas os tempos anteriores ao ano 1000 foram um tanto ou quanto escuros porque as invasões
bárbaras, que durante alguns séculos fustigaram a Europa, destruíram aos poucos a civilização
romana: as cidades estavam despovoadas ou em ruínas, as grandes estradas já não recebiam
cuidados e desapareciam nos matagais, estavam esquecidas técnicas fundamentais como a
extração dos metais e da pedra, as terras de cultivo estavam ao abandono e, antes do fim do
milénio ou pelo menos antes da reforma feudal de Carlos Magno, zonas agrícolas inteiras
eram de novo florestas.

4- A Idade Média não tinha só uma visão sombria da vida?
Explique. Pág. 10 É verdade que a Idade Média
está cheia de tímpanos de igrejas românicas repletos de diabos e suplícios infernais e que vê
circular a imagem do Triunfo da Morte; que é uma época de procissões penitenciais e, por
vezes, de uma nevrótica expectativa do fim, que os campos e os burgos são percorridos por
bandos de mendigos e de leprosos e que a literatura tem, por vezes, a alucinação das viagens
infernais. Mas, ao mesmo tempo, a Idade Média é a época em que os goliardos celebram a
alegria de viver e é, acima de tudo, a época da luz.

5- A Idade Média não ignorava a cultura clássica? Explique. Pág.
12 Uma interpretação com raízes nas
polémicas positivistas do século XIX defende que a Idade Média rejeitou todos os achados
científicos da Antiguidade Clássica para não contradizer a letra das Sagradas Escrituras. É
verdade que alguns autores patrísticos tentaram fazer uma leitura absolutamente literal da
Escritura no ponto em que diz que o mundo está feito como um tabernáculo. Por exemplo, no
século IV, Lactâncio (nas Institutiones Divinæ) opõe-se com base nisso às teorias pagãs da
rotundidade da Terra, até porque não podia admitir a ideia da existência das regiões
antípodas, onde as pessoas teriam de andar de cabeça para baixo. Ideias análogas tinham sido
defendidas por Cosmas Indicopleustes, um geógrafo bizantino do século VI que, pensando
também no tabernáculo bíblico, na sua Topografia Cristiana, descrevera minuciosamente um
cosmo de forma cúbica, com um arco a cobrir o pavimento plano da Terra.

6- A Idade Média não foi uma época em que ninguém se atrevia
a ir além dos limites da sua aldeia? Explique. Pág. 14  A Idade Média, época
de grandes santos e de um poder incontestado da Igreja, de influência das abadias, dos grandes
mosteiros e dos bispos das cidades, não foi, porém, apenas uma época de costumes severos,
insensível aos atrativos da carne e dos prazeres dos sentidos em geral.
Para começar, temos os troubadours provençais e os minnesänger alemães, inventores do
amor cortês como paixão casta, mas obsessiva, por uma mulher inacessível e, portanto, como
muitos dizem, do amor romântico no sentido moderno do termo, como desejo insatisfeito e
sublimado.

7- A Idade Média não é sempre misógina? Explique. Pág. 16 Os primeiros padres da Igreja manifestam um
profundo horror à sexualidade, de tal modo que alguns recorrem à autocastração, e a mulher é
sempre apontada como fomentadora do pecado. Esta misoginia mística está presente no mundo
monástico medieval; basta recordar o trecho do século X em que Odo de Cluny diz: «A beleza
do corpo está toda na pele. Com efeito, se os homens, dotados da penetração visual interna
como os linces da Beócia, vissem o que está sob a pele, a simples vista das mulheres seria
nauseabunda: essa graça feminina é apenas banhas, sangue, humor e fel. Considerai o que se
oculta no nariz, na garganta e no ventre: em toda a parte imundícies... E nós, que sentimos
repugnância em tocar sequer com as pontas dos dedos o vomitado ou o esterco, como
podemos desejar estreitar nos braços um simples caos de excrementos?» E não seria
necessário citar monges pudibundos, porque o mais feroz texto contra a mulher está em
Corbaccio, de Giovanni Boccaccio, e em pleno século XIV.

8- A Idade Média não foi a única época iluminada por fogueiras?
Explique. Pág. 17 Outra ideia corrente
sobre a Idade Média é a de ter sido uma época rigidamente vigiada por um aparelho piramidal
do poder, temporal e espiritual, com uma rígida divisão de senhores e súbditos, sem que da
base emanasse o mínimo sinal de impaciência e revolta. Mas isto é, quando muito, uma
piedosa visão da Idade Média sonhada pelos reacionários de todos os séculos, avessos às
polémicas, revoltas e contestações dos tempos modernos.
Prescindindo de ter sido na Idade Média que são limitados os poderes dos soberanos, pois a
Magna Carta data de 1215, e afirmadas as liberdades das comunas perante o Império
Germânico, é na Idade Média que pela primeira vez se esboça uma espécie de luta de classes
dos humildes contra os poderosos, mais ou menos apoiada em ideias religiosas de renovação
do mundo, por isso julgadas heréticas.

9- Qual a opinião de vocês sobre a Idade Média? Explique. Para não ter a mesma extensão dos volumes a que se refere, uma introdução à Idade Média
deveria limitar-se a dizer que a Idade Média é o período que começa quando o Império
Romano se dissolve e que, fundindo a cultura latina, tendo o cristianismo como aglutinante,
com a dos povos que pouco a pouco foram invadindo o império, dá origem ao que hoje
chamamos Europa, com as suas nações, as línguas que ainda hoje falamos e as instituições
que, apesar de mudanças e revoluções, são ainda as nossas.

Nome: Gregory Duarte, Débora Gabriela
Turma:A7


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