sexta-feira, 1 de julho de 2016

A SEMANA DE ARTE MODERNA - DÉBORA BIANCA

1- Como foi a manifestação de 1922?
A Semana de Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha (1889-1930), controlada pelas oligarquias cafeeiras - as famílias quatrocentonas - e pelapolítica do café com leite (1898-1930). O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a república e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.
2- Quais eram os objetivos da Semana da Arte Moderna?
A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas idéias totalmente libertada, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno. Em seu primeiro dia foi recitado o poema "Os sapos" de Manuel Bandeira, ao som de relincho, vaias e gritos; nos outros dias houve exposições e música.

3- Quais foram as reações da sociedade ao evento?
Na época, boa parte da mídia reagiu de forma conservadora ao Movimento da Semana de Arte de 1922 referindo-se aos vanguardistas como "subversores da arte", "espíritos cretinos e débeis" ou "futuristas endiabrados". Mas, uma exceção foi o jornal Correio Paulistano que apoiou os lançamentos e críticas do movimento

4- Quais foram os principais artistas, modernistas?
primeira geração do modernismo aconteceu de 1922 a 1930. A Semana de Artes Modernas de 1922 marcou o início do movimento. Os principais autores desta geração são Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Alcântara Machado, Raul Bopp e Guilherme de Almeida.

5- Com texto explicativo. Inserir duas obras de arte;

a) Tarsillia do Amaral
A Negra 1923

A Negra: foi pintada pela artista em 1923, quando estudava arte em uma academia de Paris. Para ela, o quadro era a recordação de sua infância na fazenda, onde as negras - escravas cuidavam das crianças e eram muitas vezes suas amas-secas, como uma espécie de mãe de leite para o bebê quando as suas sinhás não o conseguiam produzir. Fala-se dessa obra que teria sido a obra que já indicava o surgimento da antropofagia na obra de Tarsila. Claramente, na pintura, estão presentes elementos do cubismo ao fundo da tela e a não necessidade de rigor em relação às formas. Em A Negra temos a representação do ambiente tipicamente tropical brasileiro com a folha de bananeira que atravessa o fundo da imagem, a figura central da foto carrega certa tristeza em seus gestos, também situação vivida pelos escravos no Brasil da época.

Abopuru 1928
Abopuru: foi pintada pela artista em 1928, obra que inaugura o movimento antropofágico dentro do modernismo brasileiro. Atualmente é a tela brasileira mais valorizada do mundo, alcançando o valor de 1,5 milhões pagos por um argentino. A obra encontra-se exposta no Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires. Alguns críticos chegaram a sugerir que Abaporu, seria uma reescritura de O Pensador, de Auguste Rodin. A obra mostra uma figura irregular em suas formas, braços e pernas grandes com a cabeça pequena, representando a valorização do trabalho braçal comum à época, a figura sentada no chão traz à tona a relação do homem com a terra, especificamente o Brasil, diante de um cactos que desponta como uma espécie de flor, tendo ao fundo um céu azul e um sol amarelo, inevitavelmente essas cores nos remetem às cores da nação brasileira.

b) João Candido Portinari

A primeira missa no Brasil 1948, Candido Portinari
Também, nessas obras, temos as grandes influências do artista como o cubismo, o surrealismo e até mesmo o muralismo mexicano, além da sua arte figurativa, que valorizava as tradições da pintura. No entanto, utilizou também técnicas das vanguardas modernistas europeias.




O " Lavrador de Café", pintura que mede 1 metro por 80 centímetros  retrata um trabalhador negro em uma fazenda de café do início do século 20, está entre as obras mais conhecidas do artista e é importante representação desse interesse de Portinari pela temática nacional.

No quadro O  Lavrador de  Café  o modelo   aparece  bem  mais    musculoso   do  que   o  normal .  A figura   deformada com pés e mãos enormes  é  o  que aproxima  do  Pintor   Portinari   ao   expressionismo .
Aumentar o  tamanho  do corpo  de seus personagens  era  o  jeito  que o artista usava para mostrar a  importância do trabalhador  brasileiro.

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